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Fevereiro 2019

Let Me Not Be Mad by AK Benjamin review – a doctor on the edge

Let Me Not Be Mad by AK Benjamin review – a doctor on the edge 150 150 icnagency

By: Hephzibah Anderson | Let Me Not Be Mad by AK Benjamin review – a doctor on the edge | Neuroscience | The Guardian
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Tales of unravelling minds: a neuropsychologist’s darkest days

Tales of unravelling minds: a neuropsychologist’s darkest days 150 150 icnagency

By: Andrew Anthony | Tales of unravelling minds: a neuropsychologist’s darkest days | Neuroscience | The Guardian
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Women’s brains are ‘four years younger’ than men’s, study finds

Women’s brains are ‘four years younger’ than men’s, study finds 150 150 icnagency

By: Ian Sample Science editor |

Women’s brains are ‘four years younger’ than men’s, study finds

| Neuroscience | The Guardian
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Neuro ICN Index® ICN Agency

Neuro ICN Index® ICN Agency 1400 1980 Julien Diogo

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A aplicação da Neurociência Aplicada ao Consumo nem sempre surge com uma perceção fácil no seio das empresas, equipas de gestão ou ainda nas equipas de comunicação, assim, e de modo a tornar mais claro onde e como a Neurociência Aplicada ao Consumo pode entrar na marca, criamos o Neuro ICN Index®.

Este índice – Neuro ICN Index® – surge como a ferramenta de diagnóstico que a ICN Agency aplica na sua primeira análise à marca aquando do processo de consultoria.

Com este índice realiza-se um diagnóstico em diversas áreas da marca onde se procura entender a implementação de práticas de neurociência aplicada, economia comportamental ou ainda aplicação de tecnologias capazes de identificar comportamentos.

A cotação deste índice permitirá entender quais são a dimensões da marca onde se encontram presentes vetores de neurociência, entre outros, e onde esses podem vir a ser aplicados de forma a desenhar um todo emocionalmente mais eficaz.

O que entra nesta equação do Neuro ICN Index?

Esta equação resulta da experiência da equipa ICN Agency, considerando várias dimensões e vectores que têm sido alvo de estudo, considerando:

  • Dimensões Marca: Marca, Recursos Humanos, Produto, Serviço, Estratégia, Marketing, Comunicação, Relação com Cliente.
  • Dimensões Complementares: Implementação de Tendências (Comportamento, Negócios e Comunicação), Ativação de Inovação e Desenvolvimento, Tipologias de Estudo e Tipologias de Formação.
  • Dimensão Objetivos: Estratégicos, Financeiros, Marketing e Comunicação.

O peso atribuído as dimensões acima indicadas corresponde a DM (0,5), DC (0,25) e DO (0,25).

Cada item das dimensões será analisado através de uma observação direta da equipa ICN Agency com base em mais de 10 indicadores exclusivos ICN Agency por cada item.

Cada item é pontuado numa escala de 1 a 5 pela equipa ICN Agency, numa lógica de 1 – Totalmente não presente e 5 – Totalmente presente.

Equação final Neuro ICN Index®

 

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O diagnóstico será cotado no final com 5 classificações:

  1. Marca NeuroIndex 1 (marca que apresenta um índice de neurociência de 0-1)
  2. Marca NeuroIndex 2 (marca que apresenta um índice de neurociência de 1-2)
  3. Marca NeuroIndex 3 (marca que apresenta um índice de neurociência de 2-3)
  4. Marca NeuroIndex 4 (marca que apresenta um índice de neurociência de 3-4)
  5. Marca NeuroIndex 5 (marca que apresenta um índice de neurociência de +4)

Esta ferramenta exclusiva ICN Agency é aplicada, cotada e apresentada no âmbito dos serviços de Neurociência Aplicada ao Consumo nos diversos clientes, permitindo identificar a sua realidade e potencial de crescimento com base na neurociência.

©ICN Agency 2019

A Economia Comportamental, o fim do Homo Economicus!

A Economia Comportamental, o fim do Homo Economicus! 1400 1980 Julien Diogo

Quando William Jevons, um dos fundadores da Economia Neoclássica, afirmou “Hesito, é impossível medir os sentimentos do coração humano”, não sabia a revolução que essa afirmação iria sofrer no século seguinte. 

Numa perspectiva tradicional, os economistas, tal como Adam Smith – pai da economia moderna, e considerado o mais importante teórico do liberalismo económico, conceitualizaram o mundo como habitado por pessoas racionais, onde a lógica e o calculismo reinavam, procurando cada uma, a cada instante, maximizar o retorno das suas ações. Foi a partir desta perspectiva que nasceu o modelo económico centrado no Homo Economicus que vigorou durante largos anos e que estava assente em três princípios: racionalidade ilimitada, capacidade de processamento ilimitada e conhecimento das opções ilimitado.

A teoria neo-clássica da Utilidade Esperada, por seu lado, inicialmente postulada por Bernoulli em 1738, foi a primeira sobre a temática do processo de tomada de decisão em situações de risco, perspetivando o mundo como habitado por seres racionais, onde a lógica e o calculismo reinavam, e procurando cada um, a cada instante, maximizar o retorno das suas ações. Trezentos anos depois sabemos que esta teoria, apesar de cientificamente válida, não nos diz nada sobre como, realmente, os seres humanos tomam as suas decisões. 

O trabalho desenvolvido por diversos psicólogos ao longo do século passado permitiu a identificação de mais de uma centena de vieses cognitivos que contrariam o modelo do Homo Economicus. Aos poucos, a ideia de que o uso da racionalidade nas decisões (todas elas, mas em especial nas decisões económicas e de consumo) era regra comum foi sendo dissipada por um conjunto de estudos que atribuíam a fatores de ordem emocional, afetiva e social a principal influência nas decisões. Afinal a racionalidade não era ilimitada, a nossa capacidade de processamento de informação é limitada e a maior parte das vezes desconhecemos grande parte das opções de escolha. 

A Hipótese do Marcador Somático, proposta pelo cientista português António Damásio, é um exemplo elucidativo da contribuição da informação emocional para os processos de tomada de decisão. Em traços gerais, a teoria postula que perante escolhas complexas e conflituantes, por forma a não sobrecarregar os mecanismos de processamento cognitivo, recorremos às emoções, na forma de marcadores somáticos (que mais não são que sinalizações emocionais criadas a partir das nossas vivências e experiências), para tomar decisões.

“Afinal, um ser plenamente racional seria completa,
e ironicamente, disfuncional”.

Atualmente, os consumidores também evoluíram no que concerne aos seus comportamentos e atitudes face ao consumo em si. Do mesmo modo que na teoria evolucionista é o ambiente que seleciona quais as características predominantes, exercendo assim a sua influência, também se pode atribuir ao mercado a responsabilidade das alterações no padrão de consumo. Com a evolução da sociedade e o desenvolvimento da tecnologia, da comunicação, os produtos e serviços tornam-se diferentes, surgindo novas necessidades, expectativas e desejos ao mesmo tempo que a as forças de proximidade como o marketing e publicidade também se renova e reinventa.

Foi neste âmbito que surgiu a economia comportamental, um corpo de estudos recente que interliga as ciências económicas com a psicologia e que, de acordo com Lin (2012), analisa os processos de tomada de decisão e os mecanismos subjacentes através de uma perspetiva afetiva, social e emocional que permite a deteção de “decisões e comportamentos irracionais” que não obedecem à lógica e à racionalidade prevista pelo modelo económico tradicional.

A economia comportamental emergiu para disponibilizar fundamentos científicos para explicar as anomalias verificadas no comportamento económico, explicando as decisões e comportamentos económicos através da integração dos fatores sociais, cognitivos e emocionais (Ariely, 2008; Kahneman, 2003; Camerer & Loewenstein, 2002).

Captura de ecrã 2019-02-01, às 10.09.14
O livro Pensar, Depressa e Devagar é um hino à Economia Comportamental.

Um dos principais e mais antigos princípios da economia comportamental é a Teoria dos Prospetos (Kahneman & Tversky, 1979), que surge exatamente como um contra-argumento em relação à teoria da Utilidade Esperada. Segundo a Teoria dos Prospetos, tomamos decisões baseados em mudanças de riqueza a partir de um ponto de referência, em vez de partirmos do todo. Na prática, partindo de um momento em que no bolso temos 0 euros nos derem, por exemplo, 50 euros, existe uma mudança de riqueza positiva e esse passará a ser o nosso ponto de referência (que antes era 0, e agora 50). Se seguidamente nos tirarem 5 euros, sentimos uma perda, partindo do novo ponto de referência, ao invés de considerarmos o ganho de 45 euros face à situação inicial. 

Através da psicologia cognitiva os autores explicaram várias divergências, face à perspetiva da teoria neo-clássica económica, no processo de tomada de decisão em contexto económico e de consumo. Quando se avaliam opções de escolha, as alternativas de risco são avaliadas consoante um conjunto de princípios psicológicos (Kahneman & Tversky, 1979):

Dependência da Referência

Quando se prevêem os resultados das opções de escolha disponíveis, o consumidor orienta o seu raciocínio através de um nível de referência. Assim, quando se percepciona o resultado de uma opção de escolha como estando acima do nível de referência, há uma sensação de ganho e, quando o resultado de uma opção de escolha é percepcionada como estando abaixo do nível de referência, há uma sensação de perda;

Aversão à Perda

As perdas têm um impacto emocional maior em comparação aos ganhos. Assim a “dor” de perder algo ultrapassa a “alegria” de ganhar algo (“losses hurt more than gains feel good”, Kahneman & Tversky, 1979). Por outras palavras, a reação emocional despoletada por situações de provável perda é muito mais intensa relativamente a situações onde é previsível um ganho;

Ponderação de Probabilidades Não-Linear

As evidências sugerem que os consumidores têm uma tendência para subestimar eventos com elevada probabilidade e enfatizar eventos com reduzida probabilidade;

Diminuição da Sensibilidade a Ganhos e Perdas

Como o tamanho dos ganhos e das perdas, em relação ao ponto de referência, aumenta em termos de valor absoluto, o efeito marginal sobre a utilidade ou satisfação do consumidor diminui.

Vários são os autores e pensadores da Economia Comportamental, desde de Chris Starmer, George Loewenstein, Nassim Nicholas Taleb, Richard Thaler (Prémio Nobel), Daniel Kahneman (Prémio Nobel), Amos Tversky, David Laibson ou ainda Dan Ariely, que produzem largas centenas de publicações, quer obras técnicas, quer artigos científicos, o que confere à economia comportamental um corpo e uma estrutura de conhecimento científico bastante avançado, consistente e consolidada, mas isso ficará para outro artigo.

Captura de ecrã 2019-02-01, às 10.15.34
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A DesignHacks.co desenhou uma relação de 188 vieses cognitivos.

Para Ariely (2008), existem alguns traços que podemos identificar no comportamento humano à luz da Economia Comportamental, como:

As pessoas decidem com base em hábitos, experiência pessoal e regras práticas simplificadas. 

Aceitam soluções apenas satisfatórias 

Buscam rapidez no processo decisório

Dificuldade em equilibrar interesses de curto e longo prazo 

Influenciadas por fatores emocionais e pelos comportamentos dos outros.

Julien Diogo (ICN Agency)

Referência Bibliográfica

Ariely, D. (2008). Previsivelmente Irracional: Aprenda a Tomar Melhores Decisões. Estrela Polar, 2a Edição, Fevereiro de 2010

Camerer, C. & Loewenstein, G. (2002). Behavioral Economics: Past, Present and Future. Draf

Kahneman, D., Knestch, J. L. & Thaler, R. (2008). Handbook of Experimental Economics Results. Elsevier

Ramesh, Thimmaraya; Venkateshwarlu, Masuna. (2011). “A New Quantitative Behavioral Model for Financial Prediction” (em inglês). International Proceedings of Economics Development and Research. Bangalore, Índia: Department of Finance and Economics, NITIE.

Shiller, Robert J.. (2003). “From Efficient Markets Theory To Behavioral Finance” (PDF) (em inglês). Journal of Economic Perspectives 17 (1): 83-104. New Haven, CT: Cowles Foundation for Research in Economics at Yale University.

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